Grupo Pão de Açúcar registra queda na venda de combustíveis

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A preferência do consumidor pelo álcool, mais barato, em detrimento da gasolina foi a justificativa para a queda de 8,47% na receita dos postos de combustíveis do grupo Pão de Açúcar. O resultado impactou a venda de não-alimentos dos supermercados no quarto trimestre quando comparamos com o mesmo período de 2009. No conceito "mesmas lojas", ou seja, quando consideradas as unidades abertas há pelo menos um ano, as vendas cresceram 3,27%. Sem o efeito dos postos, o aumento seria de 5,97%.

"As oscilações nos preços também contribuíram para este resultado", diz Vitor Fagá, diretor de relações com investidores da companhia. Para tentar reverter este desempenho, o Pão de Açúcar prepara a inclusão de novos serviços nos postos de combustíveis. "Estamos estudando mais facilidades para oferecer nos postos. Mas isto vai depender de fatores como localização e bandeira do ponto de venda", diz Fagá, sem revelar as novidades.

Apesar da derrapada nos combustíveis — responsáveis por cerca de 47% das vendas do grupo Pão de Açúcar, sem considerar as redes de eletroeletrônicos - o resultado alcançado pela varejista foi avaliado como positivo por analistas de varejo. A companhia fechou o ano com vendas brutas de R$ 36,1 bilhões, alta de 37,87% em relação a 2009. "Foi um bom resultado, sem surpresas", afirma Rafael Cintra, analista da Link Investimentos. Sem considerar a operação da Casas Bahia, cuja fusão com Ponto Frio foi concluída no ano passado, as vendas chegaram a R$ 33,1 bilhões, aumento de 26,57% ante 2009. Vale lembrar que os resultados da Casas Bahia passaram a ser computados no balanço do grupo apenas a partir de novembro de 2010. "Nossa meta de faturar acima de R$ 33 bilhões foi atingida", afirma Fagá. As vendas líquidas foram de R$ 32 bilhões, alta de 387% em relação a 2009.

Melhores desempenhos

As bandeiras Assai e Extra foram os destaques. As vendas brutas destas marcas cresceram no conceito "mesmas lojas" 187% e 23,47% em 2010, respectivamente. No ano passado, a companhia iniciou a conversão das lojas CompreBem e Sendas para Extra. A decisão foi tomada para atender os consumidores de classes populares ávidos por mais variedade de produtos.

A Globex - formada por Ponto Frio, Casas Bahia, operação de atacado, além do e-commerce de eletroeletrônicos — registrou vendas brutas 112,67% maiores em relação ao ano de 2009, chegando a R$ 10 bilhões. Excluindo-se a operação da Casas Bahia, o total vendido fica em R$ 7 bilhões, 49,57% maior do que em 2009. A operação de e-commerce também se destaca. No ano, o crescimento foi de 62,27%.

Brasil Econômico