Opep reduz previsão de demanda por petróleo em 2020; vírus gera dúvida sobre 2021

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Reuters
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A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) disse nesta quarta-feira que a demanda global por petróleo deve cair mais em 2020 do que previsto antes, devido à pandemia do coronavírus, e que uma recuperação no próximo ano enfrenta grandes incertezas.

A demanda mundial por petróleo deve recuar em 9,06 milhões de barris por dia (bpd) neste ano, disse a Opep em relatório mensal, mais do que os 8,95 milhões de bpd projetados há um mês.

Os preços do petróleo desabaram neste ano devido aos impactos do coronavírus, que incluíram restrições a viagens e desaceleração da atividade econômica. Embora alguns países tenham aliviado medidas de isolamento, permitindo que a demanda se recupere, a preocupação com novos surtos do vírus tem segurado os preços, o que a Opep espera que continue.

"O petróleo e os preços de produtos de petróleo continuarão a ser impactados no segundo semestre de 2020 por preocupações sobre uma segunda onda de infecções e pelos maiores estoques globais", disse o grupo no relatório.

A Opep manteve sua previsão de que a demanda em 2021 deve se recuperar em 7 milhões de bpd, mas disse que essa projeção está sujeita a grandes incertezas que podem resultar em "um impacto negativo sobre o consumo de petróleo".

"Quase todas previsões apontam que o combustível de aviação deve sofrer em 2021 para recuperar a demanda perdida", disse a Opep. "A demanda por gasolina enfrentará pressão para voltar aos níveis de 2019".

A Opep disse que sua produção cresceu em 980 mil bpd em julho, para 23,17 milhões de bpd, principalmente porque a Arábia Saudita e outros países do Golfo encerraram cortes voluntários de oferta que haviam realizado em junho.

Isso representou cumprimento de 97% com o acordo de restrição de oferta da Opep+, segundo cálculo da Reuters-- abaixo do número de junho, que ficou acima de 100%.