Petróleo fecha em alta em com dólar fraco e preocupação com oferta

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Valor Investe
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O petróleo terminou a sessão com fortes ganhos, em dia de fraqueza do dólar no exterior e com o investidor ainda sopesando uma possível escassez da commodity no mercado em caso de um embargo europeu ao petróleo russo. Apesar do avanço consistente na sessão de hoje, no acumulado semanal, os contratos terminaram em sentidos distintos.

No fim do pregão, os preços dos contratos para julho do Brent, a referência global, fecharam em alta de 3,81%, a US$ 111,55 o barril, na ICE, em Londres, enquanto os preços dos contratos para junho do WTI, a referência americana, subiram 4,11%, a US$ 110,49 o barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex). Na semana, o contrato Brent recuou 0,75%, enquanto o WTI avançou 0,65%.

Os últimos dias foram marcados pela força do dólar no exterior, o que acabou afetando as commodities em geral. Perto das 16h30 de hoje, porém, o índice DXY operava em queda de 0,24%, a 104,602 pontos. Embora recue hoje, o índice ainda se mantém perto de seu nível mais alto desde 2002.

Na semana, o petróleo operou com instabilidade diante de revisões feitas pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e pela Agência Internacional de Energia (AIE) sobre a demanda e a oferta dos barris da commodity ao longo deste ano. Enquanto a crise na Ucrânia e o embargo à Rússia leva a uma indicação de que o fornecimento de petróleo ficará mais apertado, os bloqueios na China e os apertos monetários indicam que as economias podem perder fôlego e o consumo reduzir a demanda. “A volatilidade nos preços do petróleo realça as dificuldades dos investidores em avaliar corretamente as perspectivas de energia no mundo, com o foco alternando entre os lockdowns na China e a inflação elevada”, resume Ole Hansen, responsável de estratégia de commodities do Saxo Bank.

Para ele, o vaivém no mercado de energia ocorre uma vez que a União Europeia (UE) ainda não chegou a um acordo em relação às sanções ao petróleo da Rússia, ao passo que a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos alertaram que o setor de energia dos maiores exportadores estão ficando sem capacidade.

Autor/Veículo: Valor Investe