Petróleo recua mais de 5,5% em meio à preocupação com demanda chinesa

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Valor Econômico
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O petróleo encerrou a sessão desta segunda-feira (9) em queda consistente depois de dados de exportação da China sofrerem forte desaceleração e também após as restrições em Xangai para controlar a covid-19 se intensificarem novamente. Ainda pesa sobre o investidor informações de que a Arábia Saudita diminuiu o preço dos barris para a Ásia e a Europ

No fim da sessão, o contrato do Brent, a referência global da commodity, para julho fechou em queda de 5,74%, a US$ 105,94 por barril, enquanto o contrato do WTI americano para junho recuou 6,08%, a US$ 103,09 por barril. O índice dólar DXY, que normalmente tem correlação negativa com o petróleo, e vem pressionando os preços nas últimas semanas, operava, perto das 16h15, em leve queda de 0,07%, a 103,588 pontos.

Os preços, hoje, foram pressionados pelos temores de que os lockdowns na China para conter a disseminação da covid-19 afetem a atividade econômica e, consequentemente, a demanda por petróleo no país, depois que os dados da balança comercial chinesa indicaram uma forte queda no ritmo de crescimento das exportações.

As exportações chinesas subiram 3,9% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano passado, depois de anotar alta de 14,7% na mesma base de comparação em março. O dado indicou o crescimento mais fraco em quase dois anos, mas ficou em linha com a expectativa dos economistas consultados pelo "Wall Street Journal", de alta de 3,9% no período.

Além dos temores em torno da China, a Saudi Aramco, a companhia estatal de petróleo da Arábia Saudita, anunciou uma redução dos preços para a Ásia e a Europa pela primeira vez em quatro meses. A companhia havia elevado os preços a níveis recordes depois que a invasão da Ucrânia ameaçou a oferta da Rússia, que também abastece estes mercados.

Os preços oficiais de venda (OSPs, na sigla em inglês) do petróleo saudita na Ásia foram reduzidos de forma bastante significativa, escreveram analistas do banco holandês ING. “Os bloqueios na China pesaram na demanda doméstica de combustível e isso provavelmente afetará as operações nas refinarias, o que, por sua vez, reduziria a demanda por petróleo bruto. Os preços oficiais também foram reduzidos para todos os graus no noroeste da Europa, enquanto os níveis permaneceram inalterados para os EUA”.

O banco lembra que há mais sinais de destruição da demanda com os preços mais altos. “As companhias aéreas nigerianas devem interromper todos os voos domésticos, devido ao aumento dos preços do combustível de aviação”, apontou. Diante deste cenário, hoje, o preço do barril derreteu. Para ler esta notícia, clique aqui.

Autor/Veículo: Valor Econômico