Presidente da Petrobras defende investimentos em novas refinarias

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A construção de quatro refinarias pela Petrobras, tão questionada por analistas do mercado financeiro, foi defendida com veemência ontem pelo presidente da estatal, José Sergio Gabrielli. "Não investir em refinaria nesse momento é suicídio no longo prazo. Tem que investir e tem que ser agora", disse Gabrielli, que participou do seminário "Cenários da Economia Brasileira e Mundial em 2011", promovido pela Fundação Getulio Vargas e pelo "Valor Econômico", no Rio de Janeiro.

A empresa planeja a construção de quatro refinarias novas, as primeiras erguidas desde o início da década de 80. Já estão em construção o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que iniciam operações em 2013. Além disso, a companhia pretende construir duas refinarias "premium" Ceará e no Maranhão.

Com essas novas unidades, a capacidade de processamento da companhia vai atingir 3,2 milhões de barris de derivados por dia em 2020, ainda assim abaixo da previsão para a produção de óleo, que é de 3,9 milhões de barris diários. Gabrielli lembrou ainda que em 2020 haverá uma produção de outros 650 mil barris por dia de empresas parceiras da Petrobras nos diversos campos do país, levando a uma sobra 1,350 milhão de barris por dia de óleo cru.

O executivo também lembrou que o consumo de combustíveis no Brasil tem crescido a um ritmo superior ao Produto Interno Bruto (PIB) e lembrou que o avanço do consumo de gasolina em 2010, na casa dos 19%, levou a empresa a operar no limite da produção do derivado, forçando a importação do produto. Neste ano, ainda não teve que importar gasolina, mas Gabrielli afirmou que, caso necessário, voltará a comprar o derivado fora do país.

"A Petrobras nunca deixou de atender o mercado", afirmou ele, antecipando que as expectativas para 2011 são de mais problemas na produção de álcool devido às chuvas que castigaram grande parte do país no verão, o que pode elevar o preço do etanol e estimular as vendas de gasolina.

Questionado sobre a previsão de produção na área da cessão onerosa - direito de produção de 5 bilhões de barris em área do pré-sal cedidos pela União - o presidente da estatal destacou que as estimativas para a produção na área só serão conhecidos quando a Petrobras divulgar seu Plano de Negócios, de 2011-2015, em maio.

Valor Econômico