Sindipetróleo se reúne com MT Gás sobre transporte do GNV

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O Sindipetróleo (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso) esteve reunido com a Companhia Mato-Grossense de Gás (MT Gás) para falar sobre o andamento das ações do Estado e o que mais pode ser feito para que ocorra a retomada do abastecimento de Gás Natural Veicular (GNV). A reunião foi realizada no útimo dia 6., na MT Gás. Há mais de 30 dias os dois postos que ainda comercializavam o produto não podem atender a demanda. Mais de 700 taxistas e cerca de 300 motoristas do Uber, com kit gás instalado nos veículos, reclamam de terem que pagar mais, já que são obrigados a abastecerem com outros combustíveis. 

A distribuição do gás natural aos postos e indústrias esteve garantida até julho, por meio de força de liminar concedida à MT Gás. Existe um grande impasse envolvendo a questão do GNV.  O imbróglio ocorre entre a Petrobras, que importa o GNV da Bolívia, e a Âmbar Energia que transporta o produto até a Capital. Em junho do ano passado, a Petrobras rompeu o contrato de fortalecimento da matriz energética com a Âmbar que foi citada na Operação Lava Jato.

O gás é transportado pelo gasoduto, que liga a Bolívia até Cuiabá. O gasoduto é administrado por uma empresa subsidiária da Âmbar Energia, a GasOcidente Mato Grosso (Gom). Então o gás chegava à GNC Brasil para ser distribuído aos postos e indústrias. Após a suspensão das atividades de Usina Termelétrica de Cuiabá, administrada pela Âmbar Energia, do grupo J&F, a Gom se negou a assinar um novo contrato, alegando não compensar a operação do Gasoduto sem a usina, que era o maior consumidor do gás. Existe um volume de gás armazenado no gasoduto e que a Gom não cede.

O presidente da MT Gás, Emmanuel Almeida Figueiredo Júnior, relatou o cenário, afirmando que o Estado tem interesse em manter o fornecimento de gás e para isso vem buscando diálogo com o governo boliviano. O diretor-executivo do Sindipetróleo, Nelson Soares Junior, acompanhou a reunião juntamente com o Assessor Jurídico, Jorge Lima.

A Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt) e o Sindipetróleo e demais interessadas no assunto estudam as ações judiciais a serem tomadas para a retomada do abastecimento. Esta é a segunda reunião realizada este ano para falar sobre o Gás. Outra reunião foi realizada em 20 de abril, na Fiemt.

Luiz Flávio Blanco Araújo, revendedor de combustíveis, explica que o posto fez um investimento de mais de R$ 500 mil para comercializar o GNV e agora não consegue atender a demanda. “Eu estou com todos os equipamentos parados. Há muitos interessados em colocar o kit gás, mas ficam inseguros. Existe no mercado uma linha de financiamento para instalação do kit gás, mas não é utilizada também por conta desta insegurança”, explica Luiz Flavio. 

Heitor Trentin, da Prol Móveis, explica que sem o gás, sua empresa pode enfrentar dificuldades. “Estou pagando duas vezes no Gás Liquefeito de Petróleo. Gastava R$ 30 mil e agora tenho o custo de R$ 100 mil para as máquinas funcionarem. Se este impasse continuar, não conseguirei concluir minha recuperação judicial”. 

Também estiveram presentes, Francisco Jammal, Rafael Reis e Juliano Muniz Calçada, da MT Gás, e o assessor jurídico da Fiemt, Victor Humberto Maizman.