Senador critica subsídio ao etanol

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O senador americano John McCain, do Partido Repubhcano, afirmou ontem, após encontro com a presidente Dilma Rousseff, que é contra a política de subsídios do governo americano à produção de etanol. Segundo ele, caso o assunto seja analisado pela Organização Mundial do Comércio (OMC), os Estados Unidos serão derrotados. "Esses subsídios são injustificáveis e descumprem as regras da OMC. Mais cedo ou mais tarde, o assunto será debatido e nós vamos perder a disputa", disse o senador.

A União da Indústria da Cana de Açúcar (Única) já manifestou, no ano passado, a intenção de entrar com uma representação junto a OMC para derrubar o subsídio ao etanol americano. Durante a campanha presidencial de 2008, McCain acusou o atual presidente, Barack Obama, de defender a proteção aos produtores americanos.

McCain é favorável ao uso do biocombustível, alegando que o planeta precisa de "mais combustível". Acompanhado do também senador John Barrasso, ele afirmou que, durante as conversas com Dilma, foram discutidos investimentos no setor de energia, gás e petróleo. Ele não disse, contudo, que tipo de parceria poderia ser desenvolvida entre os dois países para a exploração da camada pré-sal.

O senador republicano também defendeu os caças produzidos pela Boeing. Os Estados Unidos, a França e a Suécia disputam o direito de vender aeronaves para o governo brasileiro. "Os nossos aviões são muito melhores do que os dos nossos concorrentes", disse ele. McCain prometeu lutar no Congresso americano para que a tecnologia dos jatos americanos seja transferida integralmente para o Brasil. Já existe acordo nesse sentido aprovado no parlamento americano, mas ele pode ser revisto a qualquer momento.

McCain destacou a importância de uma parceria do Brasil com os Estados Unidos para combater o tráfico de drogas e o crime organizado. Ele também se encontrou com o vice-presidente, Michel Temer e o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Elogiou ainda as ações de seguranças desenvolvidas no Rio de Janeiro, sobretudo a retomada do Complexo do Alemão, na zona norte fluminense.

O senador disse também que é um orgulho muito grande encontrar-se com a primeira presidente mulher eleita para governar o Brasil. Ressaltou que o país aumentou sua inserção internacional nos últimos anos e tornou-se um "global player" considerável. McCain disse que existe interesse dos Estados Unidos em estabelecer parcerias no setor de infraestrutura.

Polidamente, não quis criticar a aproximação do Brasil com o Irã, especialmente durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele criticou o governo iraniano, afirmando que é "um regime opressor". Também poupou o ex-presidente brasileiro, que afirmou, em dezembro, que o Wikileaks era um exemplo da livre informação. "Não acho que ele tenha defendido o Wikileaks. Eles coletam dados e informações de forma ilegal e colocam em risco a segurança públiCa e privada, não só dos Estados Unidos, como de outros países", afirmou.

Valor Econômico