Alta da gasolina eleva primeira prévia do IGP-M

em
O reajuste dos combustíveis anunciado na semana passada pela Petrobrás já foi integralmente absorvido na inflação do atacado e ajudou a elevar a primeira da prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) para além das expectativas dos analistas do mercado financeiro. O indicador fechou em 0,41%, mesma variação de igual prévia do mês anterior, informou ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
 
Apesar disso, a expectativa da instituição é de que o indicador desacelere daqui para a frente. A perspectiva é de que a alta dos combustíveis seja contrabalançada pela queda das tarifas de energia, anunciada pela presidente Dilma Rousseff em rede de rádio e TV em janeiro.
 
Segundo o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, apenas uma parcela desse efeito apareceu na primeira prévia do IGP-M de fevereiro.
 
"Temos uma perspectiva bastante favorável (para o IGP-M), mesmo que os combustíveis, que tiveram impacto integral no atacado, apareçam aos poucos no varejo", afirmou. "O que teremos de impacto de queda da energia elétrica acomodaria vários aumentos de gasolina."
 
A desaceleração em dois dos três componentes da prévia do IGP-M não foi suficiente para trazê-la para abaixo do registrado em janeiro.
 
Mesmo com uma participação de apenas 10% na composição do indicador, a variação do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) aumentou ante igual período do mês anterior e puxou para cima a prévia divulgada ontem. O motivo foi a elevação do custo com mão de obra, especialmente por causa do reajuste salarial em Belo Horizonte.
 
A redução do ritmo de variação dos preços no atacado foi desencadeada inteiramente pelas matérias-primas, entre as quais o trigo. De acordo com Quadros, isso está chegando ao consumidor, que já vê os preços dos alimentos caírem ou subirem em menor escala. Produtos como arroz, feijão carioca, farinha de mandioca, leite longa vida, carne bovina e óleo de soja são exemplos desse movimento.
 
"Há vários produtos que estão começando a desacelerar, e isso só tende a se aprofundar", avalia Quadros. Ele explica que hortaliças e legumes ainda estão em alta. A pressão, porém, é sazonal e está próxima do fim.
 
Entre as maiores influências positivas nos preços no varejo na primeira prévia de fevereiro estão os itens refeições em bares e restaurantes, que teve alta de 1,65%, cigarros (3,84%), automóvel novo (1,26%) e tomate (14,08%). As maiores pressões negativas vieram da tarifa de eletricidade residencial, com queda de 12,8%, condomínio residencial (-2,97%) e passagens aéreas (-12,1%).
 
O Estado de S. Paulo