ANP já pensa em cortar casa decimal do preço do combustível

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Está faltando troco no mercado. A Agência Nacional do Petróleo já pensa até em cortar uma casa decimal do preço do combustível para facilitar a vida do brasileiro. O problema é que muita gente arredonda o preço para cima.
 
Não pode, a regra é clara. Mas é tudo uma estratégia de marketing pura. O problema é quando juntamos tudo, como o hábito que muitos temos, de não cobrar o troco, com o de arredondar o preço para cima de alguns comerciantes.
 
O preço do litro da gasolina em um posto é: R$ 2,849. Na hora de pagar: “Arredonda na máquina para mais”, conta Juari Souza, empresário.
 
O número com as três casas decimais é usado por postos de combustível. Mas, a pedido dos órgãos de defesa do consumidor, a Agência Nacional de Petróleo pode acabar com um dígito.
 
Em Brasília, por conta própria, alguns postos já simplificaram. “Eu nunca pratiquei essas casas decimais. Acho que confunde o consumidor”, conta Abdala Jarjour, proprietário do posto.
 
Há outras confusões. O que dizer de preços que terminam em 90, 99 centavos? “Seria muito melhor se fosse 69 ou 70”, afirma um homem.
 
É pura estratégia de marketing, explica o vendedor. “É melhor você falar R$ 599.99 do que R$ 600”, ressalta. E se aplica também a produtos mais baratos, de R$ 1,99 ou R$ 2,99. Agora, o troco: “Nunca tem troco mesmo. A verdade é essa. Nem existe mais moeda de um centavo”, afirma Calton Rodrigues, militar.
 
Na verdade, a moeda de um centavo existe sim. O problema é que elas não circulam. O comerciante muitas vezes diz que não tem e o consumidor não cobra.
 
“Só se for de 5 centavos eu cobro, menos geralmente não”, diz uma mulher.
 
Segundo o Procon, se a loja se dispõe a cobrar preços que não são redondos, tem a obrigação de ter troco, e não pode se recusar a fazer a venda ou dar troco em bala.
 
Quem se sentir prejudicado tem que reclamar. “A empresa que lesar o consumidor, por menor que seja essa empresa, sabe que vai levar uma multa de, no mínimo, R$ 414”, ressalta Oswaldo Morais, diretor do PROCON/DF. João Afonso sabe que, de pouquinho em pouquinho, aquele troco, ignorado, pode fazer diferença. Por isso, ficar no prejuízo, jamais. “Não me queixo de pagar, mas quero o troco também, certinho. Se me der a mais também não fico bravo”, brinca o advogado.
 
O Procon até fez uma conta: pense em uma empresa que fornece mil refeições por dia. Se ela não der o troco de um centavo, ao fim do dia vai ter R$ 10 a mais no caixa. Em um mês, com 22 dias úteis, R$ 220. Em um ano, R$ 2,640 mil. Não tem aquela história do não é nada. É dinheiro.
Bom dia Brasil - Globo