Aumento dos preços do etanol nas usinas afeta postos

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O litro do etanol hidratado vendido nas usinas está 45% mais caro neste mês de agosto se comparado com o mesmo período de 2010. É esta a situação que afeta o preço dos combustíveis nos postos de Cuiabá e Várzea Grande, alcançando também postos do interior de Mato Grosso.

Conforme o Sindicato apurou, o etanol anidro, que entra na composição da gasolina, também sofreu aumento e acima de 45% se comparado a 2010. Os números são semelhantes aos encontrados no mercado de combustíveis no Estado de São Paulo - maior produtor de cana-de-açucar do Brasil.

A quebra da safra de cana de 8,39% em todo o país, anunciada há 14 dias pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), e a pressão dos carros flex são apontados como os motivos.

Em Mato Grosso, essa quebra é de 5,5%, segundo revelou o Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso em recente declaração à imprensa.

Os dados refletem a crise do setor. Com a presente necessidade de investimentos nos canaviais, a produção deste ano não atingiu a expectativa do início da safra e a Unica estimou que, em todo o Brasil, haverá 46,71 milhões de toneladas a menos para moer. 

Há usinas que planejam encerrar a safra no mês que vem e esse encerramento normalmente só ocorre em novembro e dezembro. Isso em um cenário de aumento nas vendas de veículos flex e que mostra que a oferta não vem acompanhando a procura. 

O secretário-executivo do Sindipetróleo, Bruno Borges, explica que os postos repassam os aumentos ocorridos nas usinas e nas distribuidoras. “A revenda integra uma cadeia que é formada por usinas, distribuidoras e os postos que estão na ponta. Se as usinas reduzirem os preços, os postos têm o compromisso de reduzir valores nas bombas, bem como não é possível que os revendedores não repassem os aumentos, já que precisa manter o seu negócio”, explica Borges.

O diretor destaca também que está à disposição de todos para mais esclarecimentos. “Não são os postos que precisam justificar os reajustes, mas estamos à disposição para mostrar como funciona a cadeia de combustíveis”, acrescenta.

Simone Alves - Sindipetróleo