Avaliação dos postos BR sofre impacto com escândalos sobre a companhia

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Os escândalos sobre a Petrobras não afetaram somente as ações na Bolsa de Valores e a credibilidade da companhia, mas também impactaram negativamente o valor da marca e a satisfação dos clientes com os serviços dos postos de combustíveis BR Petrobras. Tanto sua força da marca como seu valor percebido (custo-benefício) foram afetados, como revela o novo Estudo da CVA Solutions sobre Postos de Combustíveis.

Os 4.298 entrevistados do novo estudo, realizado em janeiro de 2016, reduziram a avaliação de força da marca dos postos BR Petrobras em 4 pontos percentuais, em relação a 2015. E na questão sobre valor percebido pelos clientes, a avaliação do posto passou da terceira para a quarta posição, com nota inferior a do ano passado.

- Os fatos negativos com a marca Petrobras contaminaram a imagem dos postos de combustíveis BR Petrobras e isso reduziu a performance competitiva da marca – observa Sandro Cimatti, sócio-diretor da CVA Solutions.

De acordo com o estudo, o destaque de 2016 é o Posto Ipiranga, com maior força da marca (28,6%) e melhor valor percebido (nota 1,01). Além de ter o maior índice de utilização (51%), e ser o posto com os clientes que mais frequentam sua loja de conveniência, trocam o lubrificante e lavam o carro.

- Em geral quem frequenta a loja de conveniência dos postos avalia melhor o posto e utiliza mais os serviços do posto do que quem não frequenta a loja. Quem frequenta a loja lava mais o carro e troca mais o óleo. Mas com a crise todos os serviços caíram. Diminuiu a lavagem de carro, por exemplo, de 41% para 35% – explica Cimatti.

Outra revelação do estudo é sobre a importância dos programas de fidelidade e recompensa dos postos. Quase 38% dos entrevistados participam desse tipo de programa, sendo que 58,5% dos usuários do Ipiranga fazem parte do Km de Vantagem e 41,2% dos usuários do BR Petrobras são cadastrados no Petrobras Premmia.

Neste estudo foram citados pelos entrevistados os postos/bandeiras Ale, Bandeira Branca, BR Petrobras, Carrefour Hipermercados, Extra Hipermercados, Ipiranga, Shell e Walmart Hipermercados.

O estudo da CVA tem por objetivo entender a estrutura de valor percebido (custo-benefício percebido) no mercado, a partir do ponto de vista do consumidor. Além de medir a posição competitiva dos principais varejistas e diagnosticar possibilidades de criação de vantagem competitiva sustentável.

Postos de combustíveis têm uma nota de valor percebido razoável, sendo que em 2016 houve ligeira piora, de 7,36 para 7,23 (em uma escala de 1 a 10), ocupando agora a 35ª posição entre os 43 setores pesquisados pela CVA Solutions. O valor percebido para os setores pesquisados se baseia na nota de custo-benefício percebido e tem como melhor segmento o de microondas (nota 8,87) e como pior operadora de telefonia celular (nota 5,95).

O melhor valor percebido (custo-benefício percebido pelos clientes) foi atribuído ao posto Ipiranga com 1,01. Em segundo lugar aparece a Shell, seguido pela Ale e BR Petrobras. A BR Petrobras teve queda em seu valor percebido de 1,00 em 2015 para 0,97 em 2016.

A Shell também melhorou seu valor percebido, além de ter o maior índice de recomendação líquida entre seus clientes (Net Recommendation de 42,3%). Ipiranga vem em segundo lugar em recomendação líquida, com 40,8% de seus clientes.

Além de abastecer o veículo, os serviços mais utilizados nos postos de combustíveis são a calibragem dos pneus 81,5%; lavagem dos vidros 50,9%; loja de conveniência 49,3%; troca de óleo 39,4; lavagem do carro 35,4%; e utilização de lanchonete/restaurante por 34,2%.

Os serviços foram afetados pela crise econômica do país, sendo que a lavagem do carro sofreu forte impacto. Em 2015, 41,7% afirmavam lavar o carro nos postos e agora são 35,4%.

A loja de conveniência mais usada pelos clientes do posto é a do posto Ipiranga (AM/PM – 58,9%), assim como seu restaurante ou lanchonete (AM/PM – 41,1%).

A maior força da marca (a atração menos rejeição perante clientes e não clientes) é do Posto Ipiranga, com 28,6%. A BR Petrobras caiu 4 pontos e agora está na segunda posição com 24,4%. A Shell ganhou 3 pontos percentuais e está na terceira posição, com 22,5%.

Mais de 84% dos entrevistados param nos postos de combustíveis durante suas viagens. O estudo indagou quais são os principais atributos que ajudam na decisão de utilizar um posto de estrada e em primeiro lugar aparece “a marca/bandeira do posto” (68,5%). Um “bom restaurante” fica na segunda posição (63,8%); “bom serviço de sanitários” em terceiro (55,6%); seguido de “segurança do posto” (48,8%).

Os postos preferidos nas viagens são BR Petrobras (66,4%), Ipiranga (60,2%), Shell (50%) e Ale (4,2%). As marcas de restaurantes e lanchonetes preferidas nos postos são BR Mania (39,1%), AM/PM (36,3%), Graal (33,7%), Frango Assado (29,5%) e Select (17,2%).

Para o sócio-diretor da CVA Solutions, Sandro Cimatti, diante do cenário de crise no país, os donos de postos devem investir em lojas de conveniência e restaurantes, pois esses serviços agregam faturamento e aumentam a rentabilidade. Também devem manter preços competitivos para os combustíveis e serviços, além de manter a vigilância sobre qualquer possibilidade de adulteração ou fraude, já que esse fator mina a confiança do consumidor. E para fidelizar o cliente devem investir e apostar nos programas de recompensa.

Pré-sal – A Petrobras deu início em fevereiro à operação na área de Lula Alto, no campo de Lula, do sétimo grande sistema definitivo de produção do pré-sal da Bacia de Santos. A produção está sendo processada pelo navio-plataforma (FPSO) Cidade de Maricá, cuja capacidade é de produzir, diariamente, até 150 mil barris de petróleo e 6 milhões de metros cúbicos de gás. A unidade vai produzir, armazenar e transferir petróleo ancorada a uma profundidade de 2.120 metros e a cerca de 270 km da costa.

Com mais este sistema de produção, a camada pré-sal contida nas Bacias de Santos e de Campos já responde por 35% da produção brasileira de petróleo. Entre as empresas com atividades no pré-sal brasileiro, apenas aquelas integrantes de consórcios liderados pela Petrobras têm participação nesta produção.

A consolidação da Bacia de Santos, que responde por 70% da produção da camada pré-sal, vem se dando há pouco mais de cinco anos, com uma média de lançamento de uma grande plataforma a cada nove meses. A performance da produção tem se mostrado dentre as melhores em termos mundiais, sendo que os quatro primeiros sistemas de produção, instalados entre 2010 e 2014, permanecem produzindo praticamente a plena capacidade (475 mil barris diários de petróleo, com apenas 19 poços produtores) e as três mais recentes, que estão em fase de crescimento da produção, também apresentam o mesmo alto desempenho com relação aos poços já em operação (205 mil barris diários de petróleo com apenas sete poços produtores).

O primeiro desses grandes sistemas a entrar em produção foi o Piloto de Lula em outubro de 2010 (FPSO Cidade de Angra dos Reis). Na sequência foram implantados o Piloto de Sapinhoá em janeiro de 2013 (FPSO Cidade de São Paulo), o Piloto de Lula Nordeste em junho de 2013 (FPSO Cidade de Paraty), o Lula/Iracema Sul em outubro de 2014 (FPSO Cidade de Mangaratiba), o Sapinhoá Norte em novembro de 2014 (FPSO Cidade de Ilhabela), o Lula/Iracema Norte em julho de 2015 (FPSO Cidade de Itaguaí) e o Lula Alto em fevereiro de 2016 (FPSO Cidade de Maricá).

Ainda em 2016, entrarão em operação mais dois grandes sistemas definitivos de produção, o projeto Lula Central (FPSO Cidade de Saquarema) e o projeto Lapa (FPSO Cidade de Caraguatatuba).

Essa significativa evolução na concepção e construção de poços, sistemas submarinos e plataformas tem sido acompanhada de um grande esforço na implantação de uma complexa infraestrutura de escoamento e processamento de gás.

Desta forma, dando continuidade à expansão da capacidade produtiva da Bacia de Santos, na sexta-feira, a Petrobras iniciou a operação da segunda rota de escoamento de gás natural produzido no pré-sal desta bacia, através de um gasoduto denominado Rota 2. Com 401 km de extensão, o Rota 2 é o gasoduto submarino de maior extensão em operação no Brasil e possui capacidade para escoar diariamente 13 milhões de metros cúbicos de gás, interligando os sistemas de produção do pré-sal da Bacia de Santos com o Terminal de Tratamento de Gás de Cabiúnas, em Macaé, no Rio de Janeiro, o qual teve sua capacidade de processamento ampliada para 28,4 milhões de metros cúbicos por dia, de forma a receber o gás proveniente do pré-sal da Bacia de Santos e, também, da Bacia de Campos.

O gasoduto Rota 2 se interligará ao gasoduto Rota 1, em operação desde 2011, e com capacidade de escoamento de outros 10 milhões de metros cúbicos diários. Com 359 km de extensão e trechos de 18 e 34 polegadas de diâmetro, o Rota 1 é composto por dois trechos: o trecho Lula-Plataforma de Mexilhão e o trecho que liga a Plataforma de Mexilhão até a Unidade de Tratamento de Gás (UTGCA) Monteiro Lobato, instalada em Caraguatatuba, São Paulo, a qual teve a sua capacidade de processamento adequada, em 2014, para receber diariamente até 10 milhões de metros cúbicos de gás produzido no pré-sal da Bacia de Santos.

Com este novo gasoduto, a capacidade total instalada de escoamento de gás natural do pré-sal da Bacia de Santos alcança o patamar de 23 milhões de metros cúbicos diários, o que assegurará o crescimento da produção de petróleo e a ampliação do suprimento de gás nacional ao mercado brasileiro, contribuindo de forma decisiva para consolidação da estratégia da Petrobras de aumentar a participação do gás natural nos seus negócios.

As áreas de Lula Alto e de Lula Central, além dos gasodutos Lula Nordeste-Cernambi e Lula/Plataforma de Mexilhão, são de propriedade do Consórcio BM-S-11, operados pela Petrobras (65%), em parceria com a BG E&P Brasil Ltda – companhia subsidiária da Royal Dutch Shell plc (25%) e Petrogal Brasil S.A. (10%).

Os campos de Sapinhoá e de Lapa estão localizados na concessão BM-S-9, operada pela Petrobras (45%), em parceria com a BG E&P Brasil Ltda – companhia subsidiária da Royal Dutch Shell plc (30%) e RepsolSinopec Brasil S.A (25%).

O gasoduto Cernambi-Tecab é propriedade do Consórcio Cabiúnas 1, operado pela Petrobras (55%), em parceria com a BG E&P Brasil Ltda – companhia subsidiária da Royal Dutch Shell plc (25%), RepsolSinopec Brasil S.A (10%) e Petrogal Brasil S.A. (10%).

Monitor Mercantil