Biodiesel não ameaça inflação, diz pesquisa

em
Um eventual aumento de 5% para 7% do percentual de mistura obrigatória de biodiesel no diesel comercializado no país não traria pressão "altista" significativa sobre a inflação, apontam os resultados de uma pesquisa realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).
 
Já apresentados à Casa Civil da Presidência, os cálculos da FGV mostram que esse incremento, que poderia ser atendido com óleo de soja à disposição no mercado, provocaria elevações de 0,014 ponto percentual no IPCA, de 0,035 no IPA e de 0,027 no IGP-M. A pesquisa foi baseada no Boletim Focus do Banco Central do dia 25 de janeiro, que mostrava expectativas do mercado para IPCA e IGP-M nos próximos 12 meses de 5,53% e 5,33%, respectivamente.
 
A Abiove realça que o impacto da elevação da mistura nos itens "cesta básica" e "transporte urbano de passageiros" também seria muito pequeno. A indústria produtora de biodiesel instalada no país intensificou o lobby pelo aumento da mistura de 5% para 7% no ano passado, justamente em virtude da grande capacidade de produção disponível. E o objetivo é chegar a 20% nos próximos anos.
 
Conforme a pesquisa da FGV, com uma mistura de 20% o impacto sobre o IPCA seria de 0,104% e sobre o IGP-M, de 0,195%. O trabalho é baseado em parâmetros atuais de produção, produtividade e preços.
 
Valor Econômico