BP detalha planos para etanol e açúcar no país

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Presente há cerca de três anos em biocombustíveis no Brasil, mas sem firmar posição clara de suas metas em cana-de-açúcar, a petroleira BP (ex-British Petroleum) anunciou ontem seus planos para biocombustíveis no país. Conforme antecipou o Valor, a empresa comprou os 50% restantes na usina Tropical, de Edéia (GO), ampliou de 83% para 99,97% a participação na CNAA e anunciou que, em cinco anos, vai sair da moagem atual de 7,5 milhões de toneladas de cana para 30 milhões de toneladas.

Os estudos de engenharia e de custos estão em curso, mas a empresa adiantou que para atingir a meta vai ampliar suas três usinas já em operação, de 2,5 milhões de toneladas para 5 milhões de toneladas cada uma. Vai ainda construir outras três unidades (uma já em fase inicial) com moagem de 5 milhões de toneladas para completar os clusters, localizados nos Estados de Minas Gerais e Goiás.

A petroleira não descarta o açúcar de sua estratégia. Segundo o presidente da BP Biocombustíveis no Brasil, Mário Lindenhayn, as três unidades já em operação têm mix de 50% para açúcar e 50% para etanol e não há intenção de mudar essa flexibilidade ao longo da expansão para 30 milhões de toneladas. "Vamos sempre avaliar as condições do mercado e decidir o mix de produção", diz Lindenhayn.

A empresa já decidiu que investirá nos próximos meses R$ 170 milhões em melhorias nos canaviais das unidades já existentes. As três usinas juntas têm capacidade industrial para processar 7,5 milhões de toneladas de cana, mas devem processar neste ciclo apenas 6 milhões de toneladas.

Em torno de R$ 70 milhões serão aportados na usina Tropical, na qual a BP ficou com 100% do capital, após adquirir os 50% restantes das ex-sócias Maeda e LDC-SEV por US$ 71 milhões (cerca de R$ 120 milhões) mais assunção de dívidas de cerca de R$ 240 milhões, segundo estimativas do mercado.

Os outros R$ 100 milhões serão aplicados nas unidades da CNAA, localizadas nos Estados de Minas Gerais e Goiás. A petroleira elevou ontem sua participação nesse grupo de 83% para 99,97%, comprando os 3% da LDC-SEV no negócio e transformando dívida em capital.

Valor Econômico