Campos e Aécio criticam controle de preços, mas evitam falar em reajuste de combustíveis e energia

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Aumentar ou não aumentar o preço dos combustíveis? Essa pergunta, que se tornou um dos principais temas da atual eleição presidencial, está deixando os três principais candidatos ao Palácio do Planalto sem respostas. Enquanto o governo federal sinaliza que os preços podem subir, a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, nega que haverá um “tarifaço”. Já seus adversários Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), que antes acusavam o governo de segurar as tarifas, agora evitam se comprometer com o aumento de preços. O controle de preços de alguns serviços públicos, como de combustível e de energia elétrica (chamado de “preços administrados”), já causou ruído ao Palácio do Planalto em maio passado. À época, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, teve que rebater seu colega Aloizio Mercadante, da Casa Civil, que havia dito em entrevista à Folha de S.Paulo que o governo segura o preço desses serviços para controlar a inflação. Apesar da discussão pública, a administração federal jamais admitiu que recorre a essa estratégia para segurar a inflação, que atualmente está beirando o limite máximo —a meta é de 4,5% com tolerância a até 6,5% — esperado pelo governo. Só que nas últimas semanas, faltando dois meses para as eleições de 5 de outubro, o governo vem dando sinais de que os reajustes estão a caminho. O primeiro a mandar os sinais foi Mantega, que afirmou, recentemente, que em "todos os anos tem correção do preço da gasolina, uns mais, outros menos, mas todos os anos têm correção". No último domingo (10), foi a vez da presidente Dilma Rousseff: "Necessariamente, em algum momento do futuro, pode ser que tenha um aumento [dos combustíveis]”. Apesar da declaração, Dilma destacou que não estava confirmando ou negando um aumento, mas falando apenas sobre uma possibilidade. — Quero repetir que não estou dizendo se vai ou não ter aumento de preço de combustível. Oposição é tão imprecisa quanto governo As declarações recentes encorparam as críticas da oposição. Mas, se antes eles criticavam o “controle de preços”, Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB) agora atacam o governo pelo que chamam de “tarifaço”. “Quem tem guardado um tarifaço na gaveta de sua mesa é a presidente Dilma”, disse Campos na semana passada, durante evento de campanha em São Paulo. O coordenador do programa de Campos, o ex-deputado Maurício Rands, dispara suas críticas no mesmo sentido, ao dizer que “já está provado que controlar preços não leva ao controle da inflação”, mas não confirma nem nega o aumento. A única pista que deixa escapar é de que haveria uma “política de transição” em um eventual governo Campos. Já Wilson Brumer, coordenador do programa de governo do PSDB, declarou na semana passada que o assunto “ainda está sendo discutido” pela campanha. Aécio Neves também evitou se comprometer na última segunda-feira (11). Durante entrevista ao Jornal Nacional, ele declarou que “no meu governo vai haver previsibilidade em relação a essas tarifas e em todas as medidas do governo”. Em seguida, complementou dizendo que haverá um "realinhamento" dos preços da energia e da gasolina. — Nós vamos tomar as medidas necessárias. É óbvio que nós vamos ter que viver um processo de realinhamento desses preços.

Portal R7