Distribuidoras de combustíveis dizem que não existe cartel no setor

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O clima no setor de combustíveis está literalmente inflamado. Os setores de distribuição e revenda rebatem a afirmação feita pelo ministro Moreira Franco, da Secretaria Geral da presidência, de que a cartelização no setor estaria impedindo que a redução dos preços dos combustíveis feitos pela Petrobras em suas refinarias chegasse ao preço final dos consumidores. O presidente da Plural (Associação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Lubrificantes, Logística e Conveniência), Leonardo Gadotti, afirmou que não existe cartel no setor e que o responsável pelos preços não caírem nos postos revendedores é o próprio governo federal, que a praticamente dobrou as alíquotas do PIS/Cofins ano passado.

– Os vilões da história, dos preços não caírem na ponta, são os impostos federais, é o próprio governo que quase dobrou a carga tributária nos combustíveis ano passado. E onde está a melhoria com esses recursos na educação, segurança ou saúde? Não existe cartel num setor altamente competitivo com cerca de 40 mil postos no país – afirmou Gadotti.

Para demonstrar que o setor não é culpado pelos preços não caírem para os consumidores, o executivo informou que desde junho do ano passado, quando a Petrobras passou a rever seus preços nas refinarias quase que diariamente, até o início de fevereiro, a Petrobras fez 73 aumentos de preços da gasolina em suas refinarias e 71 reduções de preços.

Nesse período de junho de 2017 a início de fevereiro de 2018, os preços da gasolina na refinaria tiveram um aumento acumulado de 18%. No mesmo período, o etanol anidro, adicionado na proporção de 27% na gasolina, teve um aumento de preços de 382%. O reajuste do PIS/Cofins foi de 79%, e do ICMS, 13%. Por sua vez, segundo Gadotti, a margem do setor de distribuição, logística e revenda registrou uma redução de 7% no mesmo período. Nas bombas o preço da gasolina aumentou no período 20%.

– Onde está o cartel? O setor quer discutir com o governo a simplificação e redução dos impostos nos combustíveis. O governo quase dobrou a carga tributária e isso eleva a sonegação, inadimplência e adulteração dos combustíveis no setor – afirmou Gadotti.

O executivo afirmou ainda que as distribuidoras e os postos revendedores querem se reunir com representantes do governo federal para tratar do assunto. Segundo ele, é preciso lembrar que os preços do petróleo aumentaram desde o ano passado.

– O governo não pode acusar sem saber do que está falando. É um absurdo. O governo no passado prejudicou a Petrobras segurando os preços dos combustíveis, e agora quer prejudicar a ponta. O governo não pode intervir no mercado que é livre e muito competitivo – destacou Gadotti.

O Globo Online