Governo não terá como segurar alta

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O aumento dos preços administrados (tarifas públicas), na visão do mercado, não pode mais ser contido pelo governo. A avaliação é de que esse controle chegou a um limite e, por isso, as expectativas de reajuste têm piorado. Pelo boletim Focus, uma publicação semanal do Banco Central com projeções de analistas, a previsão de alta para 2014 passou de 4,95% para 5% e para 2015, de 6,28% para 6,50%. O entendimento é de que o governo segurou até onde pôde o reajuste de energia, combustíveis e transporte público e que, diante de pressões que podem comprometer o caixa de empresas desses setores, incluindo Petrobras e Eletrobras, se tornou insustentável continuar represando a correção das tarifas. Em 2014, na visão do mercado, já haveria algum ajuste, mas a maior parte dele ficaria para 2015. "A expectativa que se materializa é que o aumento do preço da energia para o consumidor seja postergado para 2015, quando devem ocorrer, inclusive, outros reajustes, como o dos combustíveis, para citar apenas um dos mais críticos", observou Flávio Combat economista-chefe da Concórdia Corretora. ALÍVIO Para Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, este ano tem início um "movimento de normalização" desses preços. "É um canal de alívio para a inflação e que vem perdendo força por uma necessidade de recomposição", ponderou. Com a piora das expectativas para o reajuste dos preços administrados, houve também uma elevação das estimativas para a inflação oficial, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Entre uma semana e outra, a previsão subiu de 6,43% para 6,47%, valor próximo do limite de tolerância. Para 2015, mesmo com a expectativas de tarifas públicas mais pesadas, a projeção para o IPCA segue em 6%. Jornal de Brasília