Graça Foster: pedido de reajuste para gasolina é um exercício diário

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A presidente de Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou, num almoço com empresários, que a busca por um reajuste no preço da gasolina é um “exercício diário”. Segundo ela, o aumento certamente virá, mas ainda não há data para isso. Ela se recusou a responder se isso ocorrerá ao acabar o segundo turno das eleições municipais, como esperado pelo mercado. O governo tem adiado o aumento por temer a alta da inflação e seus reflexos negativos.
 
— Olhando a longo prazo, médio prazo, eu diria que sim (haverá reajuste), mas a curto prazo, eu diria que não há previsão para aumento do preço do combustível no país. Durante vários meses, em alguns anos, nós tivemos preço no mercado no Brasil maior que a média mundial. O que estamos vivendo hoje é o contrário. Mas a média dos anos, se considerarmos de 2002 para cá, tem resultado positivo (para a empresa) — disse Graça, após ser homenageada pelo Grupo de Líderes Empresários (Lide), no Rio.
 
Graça Foster afirmou ainda que a empresa está fazendo uma série de atividades para melhorar seu fluxo de caixa. Ela citou, por exemplo, um programa pela eficiência que
vai afetar toda a empresa. Ela afirmou que a empresa está trabalhando para aumentar suas margens e que continuará a fazer alguns “desinvestimentos” — venda de ativos — conforme o plano de negócios da empresa.
 
Com chineses nas refinarias 
 
As declarações de Graça Foster foram mal recebidas pelo mercado. As ações preferenciais (PN, sem voto) da estatal chegaram a cair 1,14%, depois de terem subido 1,31% pela manhã. Fecharam estáveis. Os papéis ordinários (ON, com direito a voto), que subiram 1,22%, depois caíram 1,31% e também fecharam estáveis.
 
A presidente da Petrobras disse ainda que a empresa está buscando parcerias para as refinarias — Premium I, no Maranhão, e Premium II, no Ceará. Hoje, a Petrobras importa combustível porque não consegue refinar o óleo que extrai.
 
— Buscamos parceiros não pelos recursos, mas pelo conhecimento. Há empresas chinesas, coreanas, com experiência na construção de refinarias que poderiam ser nossas parceiras — afirmou. (Colaborou Bruno Villas Bôas)
 
O Globo