Movimento Pró-ferrovia defende expansão dos trilhos em Cuiabá e no norte de MT

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Sindipetróleo
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Dando início a uma agenda, em novembro, de discussões e defesa da expansão ferroviária, foi realizada nesta segunda-feira (6), na Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), em Cuiabá, uma coletiva de imprensa com a participação de lideranças políticas e instituições que aderiram ao movimento Pró-ferrovia Vicente Vuolo (Ferrnorte). Entre essas instituições, o Sindipetróleo (Sindicato do Comércio Varejista de derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso).

O crescimento do escoamento da produção de grãos de Mato Grosso via Arco Norte, por meio da BR-163, é tido como um dos motivos para o fortalecimento das discussões de levar os trilhos da Ferrovia de Rondonópolis não só para Cuiabá, mas para Sorriso. Posteriormente, fazer a ligação entre essas duas últimas cidades citadas. “Hoje 50% da carga embarcada em Rondonópolis vêm de Nova Mutum para cima”, explicou o presidente do Fórum Pró-Ferrovia, Francisco Vuolo.

A reunião serviu para mostrar os avanços quanto aos projetos relacionados à malha ferroviária. De acordo com o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, foram conquistados avanços que garantem, por exemplo, a expansão da atuação da concessionária Malha Paulista, para que ela possa fazer investimentos entre Rondonópolis e Cuiabá.

Para os defensores da expansão ferroviária, o momento é oportuno, pois a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) colhe subsídios para elaboração do edital de concessão da Ferrogrão (ainda não existe uma estrutura física) entre os municípios de Sinop e Itaituba (PA).

O projeto da Ferrogrão entre Sinop e Itaituba tem 1.142 quilômetros de extensão. O novo corredor ferroviário de exportação, que vai melhorar o escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste via Porto de Miritituba (PA), tem previsão de carregar 42 milhões de toneladas em 2050. O prazo de concessão será de 65 anos e os investimentos previstos são de R$ 12,6 bilhões.

O terminal intermodal de cargas de Rondonópolis foi inaugurado em setembro de 2013. Existem outros três terminais: Alto Taquari, Alto Araguaia e Itiquira. Esta é a única ferrovia de Mato Grosso. Atualmente, a malha ferroviária de Santos a Rondonópolis, transporta cerca de 30 milhões toneladas de produção. Com o projeto de modernização e expansão da malha, a meta é chegar a 75 milhões toneladas.

O secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Marcelo Duarte, afirmou o Governo de Mato Grosso considera fundamental a ampliação da Ferrovia Senador Vicente Vuolo de Rondonópolis para Cuiabá. “Agora, mais do que nunca, precisamos defender a integração dessas ferrovias”, disse.

O diretor-executivo do Sindipetróleo, Nelson Soares Junior, reforçou a defesa de que a ferrovia seja levada até Sorriso e não somente até Sinop. “É importante não deixar esse hiato no que tange a integração das ferrovias. Outro ponto a ser considerado, é que produtos como veículos e pneus podem ser transportados via ferrovia, dada a concentração da população na Baixada Cuiabana e que tem um grande potencial de vendas. Acreditamos num aumento da demanda, que hoje é atendida basicamente por rodovias”, analisa Soares.     

Agora na condição de consultor, o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Luiz Antonio Pagot, tem prestado assessoria em projetos de navegação fluvial e logística integrada e garante que há empresas, de olho no potencial de produção da região norte, interessadas em construir bases de combustíveis para atender Mato Grosso e até o mesmo o Pará.