Novas maquininhas têm facilidades para os lojistas

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O Brasil tem uma das redes de adquirência mais modernas e capilares do globo. São, ao todo, quatro milhões de terminais de captura. "Somos o segundo mercado do mundo, só perdemos para os Estados Unidos", diz Raul Francisco Moreira, vice-presidente da Abecs

De acordo com ele, o mercado de cartões ainda tem muito a se expandir e deve continuar a crescer na taxa de dois dígitos pelos próximos anos. Embora os números de 2014 ainda não estejam fechados, a estimativa da Abecs é que haja um crescimento de 17% em 2014. Segundo Moreira, são três as grandes tendências desse mercado: aumentar a rede de adquirência no interior do Brasil; expandir o uso das tecnologias móveis; e promover o cartão pré-pago como solução prática e segura para a substituição do papel moeda.
Tecnologias móveis são a aposta da payleven, primeira empresa a lançar no mercado o novo leitor Chip&Senha LITE. Trata-se de uma versão compacta do aparelho tradicional, que mantém as mesmas funcionalidades de pagamentos com cartões de crédito e débito. O LITE possui 145 gramas, 50% do volume da versão anterior, e conta com o teclado analógico e tela monocromática, o que facilita seu manuseio (a versão anterior funcionava por touchscreen).
"Oferecemos uma solução que pode ser usada por microempreendedores e por profissionais liberais", explica Adriana Barbosa, fundadora da payleven, que calcula um potencial de mercado de 25 milhões de pessoas e microempresas. Barbosa explica que para comprar o aparelho, que funciona conectado a um smartphone ou tablet via bluetooth, basta que o interessado se cadastre no site e envie a documentação necessária. O custo da máquina é de R$ 224, que podem ser pagos em 12 parcelas. Já são 50 mil funcionando em todo o Brasil. Não é cobrada taxa de adesão, nem manutenção, somente uma porcentagem a transação.
Por questões estratégicas, o PagSeguro não divulga números, mas o diretor-geral do UOL, Marcelo Epstejn afirma que o faturamento dobrou nos últimos três anos. Hoje, são 360 mil lojas e 30 milhões de compradores que utilizam as soluções da empresa. "Acreditamos que a adoção do m-payment no Brasil está seguindo o mesmo ritmo de avanço do uso de smartphones no país. Enquanto os smartphones seguirem aumentando sua participação, a adoção do pagamento móvel continuará a crescer", diz Epstejn.
O Santander, que oferece as tradicionais maquininhas de cartões, também está de olho nas novas tecnologias. Em parceria com a empresa de pagamentos de origem sueca iZettle, o banco, que tem 6% de participação do mercado de adquirência, tem desenvolvido soluções que permitem usar o celular nas transações. O principal diferencial da oferta do Santander na área de meios de pagamentos, segundo Pedro Coutinho, presidente da GetNet, é que os correntistas podem optar por modalidades de pacotes de serviços que potencializam os benefícios das soluções.
A conta integrada, por exemplo, garante ao correntista descontos nas tarifas de conta corrente e nas taxas de antecipação de recebíveis proporcionais ao volume de transações realizado na maquininha, desde que o cliente opte por receber em sua conta Santander o resultado de suas vendas a cartão. Já a conta conecta inclui o dispositivo para transformar o smartphone ou tablet em leitor de cartão, para operações de crédito ou débito, e é uma solução ideal para empreendedores que realizam um número baixo de transações por mês. Além de não haver cobrança de mensalidade pelo uso do leitor, a liquidação das transações é realizada em apenas dois dias úteis.
O novo leitor móvel de cartões do Santander, que tem também a função débito, custa R$ 299, sendo que o cliente recebe de volta R$ 99 após fazer a primeira utilização. Além disso, o cliente recebe de volta, depositado na conta corrente, o equivalente a 0,5% do faturamento se realizar mais de R$ 3 mil em vendas, até o limite de R$ 200 por mês em bônus. No caso da maquininha convencional, as taxas por transação são mais baixas, mas há cobrança de taxa mensal pela utilização. Os valores são ajustados conforme o cliente.
Valor Econômico