Panorama: A quantas anda o transporte de combustíveis via ferrovia em MT

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O transporte, seja ele de grãos, fertilizantes ou de combustíveis, é baseado principalmente no modal rodoviário, responsável por, em média, 60% do setor no Brasil. Mas um modal, ainda pouco competitivo, pelo menos quando se trata de transporte de combustíveis, chama a atenção: o ferroviário, que alcança aproximadamente 20% do transporte no País e vem avançando aos poucos.

E a quantas anda o carregamento de combustíveis via ferrovia em Mato Grosso? Se o Brasil ainda não alcançou a plena fase de expansão das ferrovias e, portanto, está longe de reduzir o custo operacional do transporte de cargas, sobretudo o dos combustíveis, pode se afirmar que o cenário é o mesmo quanto se trata de Mato Grosso.  

Trilhos e combustíveis em Mato Grosso

O Estado conta com a Ferrovia Senador Vicente Vuolo (Malha Norte que se liga à malha Paulista e também chamada de Ferronorte). Sua gestão é feita pela América Latina Logística (ALL), também concessionária do terminal de Alto Taquari, no Estado, desde 2006. Os trilhos neste trecho de ferrovia alcançam 1.440 quilômetros de Alto Araguaia ao Porto de Santos. Atualmente, o sistema ferroviário brasileiro totaliza 30.051 km de extensão, somando-se o tamanho dos 13 corredores de escoamento. A linha que passa por Mato Grosso integra um deles.  

Conforme o gerente de Líquidos da ALL, Luis Gustavo Vitti, desde 2001, Mato Grosso recebe gasolina e óleo diesel com origem em Paulínia (SP) e destino ao terminal de Alto Taquari, inaugurado neste mesmo ano. De Alto Taquari, sai o álcool produzido no Estado, rumo a Paulínia. O transporte de biodiesel pela ferrovia iniciou no ano passado. “Atualmente, movimentam via ferrovia no Mato Grosso a Raízen e a BR Distribuidora. Há ainda outros contratos em negociação”, comenta Vitti.

Vagões destinados exclusivamente para o transporte de diesel S-50 pela ferrovia ainda são uma questão em análise, mas outros planos já estão em andamento. “Para os próximos anos, no mercado de combustível temos vários projetos, que incluem a criação de terminais em Rondonópolis, o início do transporte do Biodiesel do MT para o mercado de São Paulo (que deve ocorrer ainda em outubro deste ano), e também estamos nos detalhes finais de projetos envolvendo importação e exportação de combustíveis via Santos e Paranaguá”, explica o gerente da ALL.

Ferrovia Centro-Oeste

Um tanto ainda longe de acontecer, pois está apenas no projeto inicial, é a construção da Ferrovia de Integração do Centro Oeste (Fico), cujo responsável pela construção é Valec Engenharia, Construções e Ferrovias. Esta ferrovia deve atender as regiões do Araguaia, médio norte e norte do Estado. Para este corredor de escoamento de cargas, o governo de Mato Grosso pleiteia a construção de uma rodoferrovia sobre o Rio das Mortes, entre os municípios de Cocalinho e Água Boa, visando atender também a MT-326. O acesso à rodovia será imprescindível para o abastecimento do futuro Terminal Ferroviário de Água Boa. Por sua vez, estas estruturas também propiciarão a construção de bases de armazenamento e distribuição de combustíveis.

Panorama geral

Segundo a Pesquisa CNT (Confederação Nacional do Transporte) de Ferrovias 2011, a participação do capital privado no modal ferroviário brasileiro foi 18,5 vezes maior do que o fomento público. De 1997 a 2010, as concessionárias investiram R$ 24 bilhões, enquanto que no mesmo período a União aplicou apenas R$ 1,3 bilhão. “É fato que o sistema ferroviário ressurgiu depois das concessões, mas acredito que as parcerias entre iniciativas pública e privada são o caminho ideal para que as ferrovias alcancem seu potencial e atinja patamares internacionais. Não podemos jogar toda esta responsabilidade sobre as concessionárias”, defende o presidente-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários, Rodrigo Vilaça.

Foto: Arquivo ANTF

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