Pesquisa indica que Copa prejudicou varejo e serviços

em

Os empresários dos setores de serviços e comércio deram indicações de que a Copa do Mundo atrapalhou mais a atividade em julho do que em junho. O evento esportivo contribuiu para enfraquecer a demanda e espalhou a percepção de um mês ruim, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). As expectativas até apontam para uma melhora após o Mundial, mas não chegam a sinalizar aceleração da economia. O Índice de Confiança de Serviços (ICS) recuou 0,6% em julho em comparação a junho, como resultado de uma piora sensível na percepção atual e melhora expressiva nas expectativas. Já o Índice de Confiança do Comércio (Icom) caiu 6,3% no trimestre na comparação com igual período do ano passado, fruto da mesma combinação de pessimismo sobre o momento corrente e otimismo com o futuro. Os dois índices foram divulgados ontem pela FGV. A visão de que julho foi pior ganhou força à medida que o envolvimento da população e a expectativa de tudo dar errado na Copa foi se afastando. Ao mesmo tempo, os empresários sentiram os impactos do menor ritmo de trabalho e do calendário com menos dias úteis, explicou o economista Silvio Sales, consultor da FGV e responsável pela Sondagem de Serviços. A avaliação da demanda foi a que mais afundou. Em julho, 34,4% das empresas apontaram a procura por serviços como fraca, em comparação a uma fatia de 27,6% no mês anterior. “O contexto continua desfavorável, mas o aprofundamento da queda dos níveis de confiança nos últimos três meses deve ficar para trás, ao menos deve estabilizar”, disse Sales. Comércio. No comércio, a análise é semelhante. A desaceleração da atividade foi decorrente da menor quantidade de dias úteis, mas a tendência é que a demanda retome seu patamar habitual. No setor de veículos, muito prejudicado pelas paralisações do comércio durante a Copa, o otimismo com os próximos meses ficou mais evidente. Embora a confiança esteja em patamar baixo, a expectativa é que as vendas em agosto e setembro sejam melhores que no primeiro semestre. Apesar das sinalizações positivas para os próximos meses, nenhuma das atividades mostrou maior propensão em contratar, o que reforça o cenário de baixa geração de vagas em 2014, na avaliação da FGV. “Não esperamos aceleração no terceiro e no quarto trimestre em termos de vendas”, diz o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da FGV, Aloisio Campelo. Consumidor. Os consumidores não estão mais tão pessimistas com a situação da inflação, do emprego e da renda. É o que aponta o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec), da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Parte dos consumidores deixou de esperar piora e prevê estabilidade nos próximos seis meses. O Inec alcançou 109,5 pontos em julho, aumento de 3% na comparação com os 106,3 pontos de junho.

O Estado de S. Paulo