Petrobras promoveu 2 reajustes este ano: defasagem diminui

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Os reajustes de 5,4% em janeiro e 5% em março no preço do diesel aplicados pela Petrobras contribuíram para que a defasagem do valor de venda do produto no mercado doméstico, em relação aos preços praticados no exterior, fosse reduzida praticamente à metade em um intervalo de 2 meses. A diferença entre os preços, razão que tem levado a Petrobras a reportar consecutivos prejuízos na área de Abastecimento, responsável pela importação dos combustíveis, caiu de 23,8% no final de janeiro para 12% nesta semana. O levantamento é feito pelo Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie).

Avariação foi ocasionada por uma combinação favorável à estatal. Os preços do diesel no Golfo do México, região usada como referência na pesquisa, caíram de um patamar superior a R$ 1,70 para R$ 1,63 o litro na semana. O câmbio, por sua vez, estava em R$ 2,03 no final de janeiro e recuou para R$ 2,01, mais favorável às importações. Por fim, o preço médio do diesel vendido no Brasil saltou de R$ 1,30 para R$ 1,44 o litro, resultados dos aumentos aplicados em 30 de janeiro e 6 de março. Quando considerados os dados do mês de março, a trajetória de redução da defasagem também se repete, mas em menores proporções. A defasagem, que estava em 13,3% no início de março, caiu 1,3 ponto percentual no mês. A razão foi a queda de 3,8% no preço do diesel no Golfo do México, variação parcialmente compensada pela alta de 2,4% do câmbio. Gasolina - No caso da gasolina, a defasagem apresentou queda mais moderada. A diferença de preços entre o produto vendido no Brasil e o combustível importado pela Petrobras para atender a demanda doméstica caiu de 16,8% ao final de janeiro para 15,8% nesta semana. A diferença é explicada principalmente pela alta do preço médio do combustível vendido nas refinarias, de R$ 1,26 para R$ 1,34. No final de janeiro, a Petrobras anunciou aumento de 6,6% na gasolina. A alta dos preços no mercado doméstico, no entanto, foi parcialmente compensada pela elevação das cotações internacionais da gasolina.

No Golfo do México, o valor médio oscilou de R$ 1,51 o litro em janeiro para atuais R$ 1,59. No período, o câmbio variou de R$ 2,03 para R$ 2,01. A pesquisa do Cbie mostra, porém, que a defasagem de preços chegou a ser menor. No início de março, a diferença estava em 14,4%, já que o câmbio estava mais favorável às importações e o preço da gasolina no Golfo do México estava em R$ 1,56/l.

Reajustes - A defasagem entre os preços praticados no mercado doméstico e os internacionais e a maior participação dos derivados importados no mix de vendas da Petrobras levaram a estatal a amargar um prejuízo de R$ 22,93 bilhões na área de Abastecimento em 2012. Essa área foi a principal responsável pela queda de 36% do lucro líquido da estatal no ano passado, de R$ 21,182 bilhões, o menor nível desde 2004.

Para reverter essa situação, a diretoria da Petrobras, com a aprovação do governo federal, aplicou uma série de reajustes desde a posse da presidente Maria das Graças Foster, no início de 2012. Em 9 meses, a Petrobras elevou os preços do diesel em 4 oportunidades, o que totalizou um incremento de 21,9% no período. Além disso, foram anunciados dois aumentos da gasolina, com uma alta acumulada de 14,9%.

A Gazeta/ Agência Estado