Petrobras quer menos impostos para o etanol

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Com o seu plano de investimento voltado para usinas "energéticas", dedicadas à produção de etanol e de energia elétrica, a Petrobras Biocombustível (Pbio) pede redução de impostos para tornar o negócio lucrativo.

"Participamos dessa campanha [liderada pela Unica, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar, para a redução de impostos]. Temos agendas tributárias que devem ser analisadas no curto prazo para recuperar o ambiente de investimentos", diz Miguel Rossetto, presidente da Pbio.

O tratamento tributário diferenciado entre gasolina e etanol é uma reclamação antiga do setor, mas ainda não havia sido encampado pela Petrobras, que não faz parte da Unica. Segundo a entidade, a taxação sobre o etanol, por quilômetro rodado, supera à do combustível de origem fóssil.

Essa distorção é apontada, inclusive por Rossetto, como um dos motivos da perda de competitividade do etanol. "As usinas 100% alcooleiras estão com baixo rendimento", disse Rosseto, em Florianópolis (SC), onde participou do seminário Energia + Limpa, do Instituto Ideal.

Todos os "greenfields" (projetos a partir do zero) da Petrobras são voltados exclusivamente a etanol e energia. Só as unidades operadas em parceria fazem açúcar. A situação preocupa e pode, no longo prazo, desestimular novos investimentos da estatal. "A Petrobras investe em projetos com rentabilidade. Nossos investimentos precisam ter retorno econômico", diz Rossetto.

A reivindicação tributária envolve também a produção de energia produzida a partir da queima do bagaço da cana, que perdeu espaço para a eólica nos últimos leilões de fontes alternativas. "A biomassa não conseguiu preço para pagar o seu investimento nos dois últimos leilões", afirma. O preço médio da eólica ficou em R$ 105 o MWh no leilão de dezembro. Segundo Rossetto, o valor médio da energia de biomassa é de R$ 130 o MWh nas usinas da Petrobras.

"É uma situação bem delicada, por causa do custo e da condição diferenciada da eólica, que não recolhe ICMS", afirma Rossetto. "Já formalizamos ao Ministério de Minas e Energia um pedido para avaliar essa questão", diz.

Fonte: Folha de S. Paulo