UNICA quer etanol como commodity global

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O etanol está a caminho de se tornar uma commodity global, ao menos, é isso que afirma Eduardo Leão de Sousa, diretor executivo da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar). De acordo com o executivo, que esteve presente, nesta semana, no 23º Fórum de Debates Brasilianas.org – “Agronegócio: além de nossas fronteiras”, realizado em São Paulo, o setor vem se organizando para que o combustível brasileiro seja uma alternativa aos derivados de petróleo em âmbito mundial.

“Nos últimos anos a indústria sucroenergética obteve importantes conquistas internacionais, entre elas o de levar para diversos cantos no mundo a mensagem de que o etanol não é apenas bom para o Brasil, mas para todos os países,” afirmou Sousa. “A tese do etanol como solução global foi uma importante bandeira da área internacional da nossa entidade,” acrescentou.

Recentemente, o setor conseguiu maior penetração no mercado americano. “O reconhecimento da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês), que definiu o etanol de cana-de-açúcar produzido no Brasil como biocombustível avançado em 2010, foi um exemplo dos resultados do esforço da indústria brasileira. A queda do imposto de importação do etanol brasileiro e o fim dos subsídios concedidos aos produtores de etanol de milho, por lá, ao final de 2011 também contribuirão fortemente para a globalização do produto,” explicou.

Para conseguir quebrar as fronteiras, a UNICA tem investido em campanhas publicitárias e promocionais focando, principalmente, os mercados americano e europeu. “A presença da entidade lá fora ajudou na divulgação das qualidades do etanol, a desmitificar uma série de conceitos errados que existiam sobre o setor,” explicou Sousa.

“Um destes mitos é que a cana tem devastado a Amazônia, ou que a produção do etanol estaria competindo com a de alimentos. Uma correta avaliação destes temas ajudou a fortalecer a consolidação dos programas de biocombustíveis, cada vez mais adotados por diversos países nos cinco continentes,” destacou.

O executivo também afirmou que o avanço do etanol está relacionado às políticas públicas, disseminadas em todo o mundo, para a substituição dos combustíveis fósseis. Apesar desta tendência, o executivo enfatiza a importância das ações governamentais que sinalizem regras claras e estáveis aos produtores e, portanto, retomem os investimentos e os ganhos de produtividade para que a produção do etanol de cana brasileiro continue se expandindo e competindo internacionalmente.

“Precisamos de um planejamento estratégico e de um marco regulatório de longo prazo, mas não podemos esquecer a nossa parte,” concluiu.

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